Cooperativas de crédito da Paraíba são destaque regional, diz consultor da DGRV

Cooperativas de crédito da Paraíba são destaque regional, diz consultor da DGRV

As cooperativas de crédito já têm uma participação de mercado de quase 10% entre as instituições financeiras na Paraíba. O percentual supera a média regional e como as cooperativas estão presentes em poucos municípios, ainda há muito espaço para o crescimento do setor no estado. Estes dados, que põem a Paraíba em destaque no cooperativismo de crédito nordestino, revelam também o bom trabalho que vem sendo realizado pelos dirigentes e gestores do ramo.

A avaliação acima é do consultor Sílvio Giusti, da DRGV (Confederação Alemã de Cooperativas), que esteve na Paraíba na última semana para ministrar um curso sobre Regulação, Crescimento e Sustentabilidade, que faz parte do Projeto OCB/DGRV. Voltada para dirigentes e gestores, a capacitação contou com 42 participantes de mais de dez cooperativas da Paraíba e de estados próximos como Pernambuco e Sergipe.  

O curso foi aberto na quinta-feira (3), pelo presidente do Sistema OCB/PB, André Pacelli, e pelo superintendente Pedro Albuquerque. Pacelli ressaltou a importância da parceria entre a OCB e a DGRV, que proporcionou muito aprendizado e troca de experiências para o cooperativismo de crédito paraibano nos últimos anos.

            Também participaram do curso como palestrantes o gerente técnico do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf) do Banco Central do Brasil - Curitiba, Rogério Mandelli Bisi, e o analista João Otávio, que representou a regional do Banco Central em Pernambuco.

Entre as participantes estava Josileide Castro, da Credifisp (Cooperativa de Crédito dos Funcionários do Sesi, Senai, Fiep e IEL no Estado da Paraíba). Ela aprovou o formato da capacitação cuja proposta de talk-show  favorece o debate. “Foi bem interessante. Os debates acrescentam bastante ao nosso conhecimento. A gente troca ideias, ouve opiniões de outras cooperativas e o ponto de vista do Banco Central, que é bastante enriquecedor “.

O evento também proporcionou uma troca de experiências muito rica na opinião de Tiago Régis, que atua na Controladoria da Unicred Centro Paraibana. “A gente compartilha experiência com várias cooperativas, seja na alçada operacional ou na alçada estratégica. E o que enriquece mais ainda é a participação do Banco Central como órgão regulador e fiscalizador, que traz os principais pontos onde as cooperativas precisam melhorar”, avaliou.

Diálogo com órgão regulador -  Um dos diferenciais do curso, de acordo com Sílvio Giusti, foi a possibilidade de diálogo com representantes do Banco Central, que regula o sistema financeiro. Com a participação do Banco Central, foi possível, segundo ele, “trazer para as cooperativas, uma perspectiva sobre as prováveis alterações normativas que estão em vista e também discutindo com eles os impactos das normas que já estão em vigor”.

“Com isso, as cooperativas conseguem manter um diálogo com o órgão regulador, apontando necessidades com relação à evolução das normas. Por outro lado, trazemos para o Banco Central elementos para que eles possam perceber até que ponto as normas estão causando um impacto positivo para as cooperativas. Neste sentido, é muito importante haver esse diálogo entre o regulado e o regulador para que as normas sejam cada vez mais ajustadas e permitam que as cooperativas avancem no mercado”, afirmou o consultor.

Cooperativas falam a mesma língua no país – O gerente técnico Rogério Mandelli, do Deorf – Banco Central, afirma que a instituição tem participado de eventos com cooperativas em todo o país. Segundo ele, a oportunidade de conhecer de perto a realidade regional tem mostrado que o cooperativismo está falando a mesma língua.

"A gente está aprendendo muito com as experiências locais e com a vivência da Paraíba. As dúvidas e questões levantadas aqui são fundamentalmente as mesmas do Sul, a vontade do pessoal de fazer também é grande e os obstáculos que eles enfrentam são basicamente os mesmos. O cooperativismo está praticamente falando uma língua só. Ele tem suas especificidades culturais, locais, mas está todo mundo imbuído no mesmo espírito, trabalhando com as mesmas normas, sabendo o rumo a seguir”, comentou.

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